MÉMORIAS DE UM CAÇA-ESPECTRO- Luiz Ribeiro sob o pseudônimo de L. R. Ibrahim
Realmente, eu nunca quis ser um "Caccia-Spettro", ou, na tradução livre do italiano, "Caça-Espectro", você deve estar se perguntando o que será isso, pois bem, eis o mistério:
Desde a origem do Vaticano, os Espectros, ou demônios magicamente mortos, foram caçados por agentes como eu, nós ficamos escondidos na guarda sobre a guarda legítima do Papa, imperceptíveis ao "focinho" da imprensa, ou de qualquer outro curioso, eu vou me apresentar e depois daremos continuidade ao meu relato.
Meu nome é Santiago Derèon, nasci em Portugal, mas fui criado na Inglaterra. Tenho 21 anos, ser caçador não estava no topo da minha lista de "coisas para ser", está no meu sangue, aliás, quase renunciei ao cargo, antes ocupado pelo meu pai, sr. Jacob Derèon. E agora conto ao senhor leitor uma das minhas experiências mais interessantes.
*31/01/2020. Moscou, Federação Russa. 21h 30min. Base Espectral do Vaticano*
Que frio! Eu tinha saudades da minha belíssima Londres, fria do mesmo jeito, mas aconchegante e familiar. Estava vestido com três camadas de camisa: uma blusa pólo, junto com suéter e por fim uma jaqueta muito quente, também ficava comigo os aparelhos de trabalho, revolveres, bombas e etc. Uma calça jeans e um par de botas complementavam meu visual.
Nossa base era irreconhcível, o prédio, só de fachada, era uma imobiliária, ela tinha quatro andares, o térreo e o primeiro andar eram atendimento, já no terceiro e o quarto ficava a "contabilidade", onde atuavamos nos casos espectrais, como eram chamados.
Continuando, eu estava no meu canto, esperando alguma ocorrência, enquanto conversava com meus colegas:
_ Santiago_ Disse Ray Ycé_ Naquela noite... Nossa! O Espectro me nocauteou todo, parecia box! Mas derrotei o infeliz e na manhã seguinte, me veio uma ressaca que foi como se tivesse tomado 3 tequilas!
Ray continuou com o papo-furado, até que uma ligação classificada como _URGENTE_ foi recebida no meu celular, atendi, era a voz do meu melhor amigo, Sebastian Jan, estava alarmada:
_ Alô? San?_ Meu apelido_ Olha, estou no meio de um caso agora, mas perto daqui, os meus sensores mostraram um foco gigantesco, numa cidadezinha chamada Spythmouth, se você puder dar uma olhada...! Não me pergunte porque seus sensores não perceberam, já que é última geração, não é?
_ Sebastian? Pode deixar, eu estou sem nada para fazer mesmo, não levarei reforços, pois isso atiçará eles, o serviço deve ser feito silenciosamente, mas não se preocupe, fecharei esse caso.
_ Obrigado San, até logo.
A linha ficou muda.
Saí correndo pela porta dos fundos e peguei o primeiro carro que era adaptado e rápido (um Mustang GT). Então, fui dirigindo e em menos de 3 minutos, já estava na auto-estrada. Cada vez que eu avançava, chegando na cidade, o detector no carro palpitava loucamente.
Chegando na cidade, não havia ninguém nela, como se tivessem sumido "com certeza morreram sugados pelas artimanhas dos Espectros", pensei. Ficando perto de um casarão, o detector quase estoura "é aqui", cheguei a conclusão.
Parei no casarão, assim que sai do carro, saquei a minha Vinking L-20, uma pistola COLT que, quando sua bala penetra no demônio, transforma o inimigo em pó. Quando fui empurrar, ela abriu- se sozinha, já posicionei a arma ofensivamente.
Não houve nada empolgante, primeiramente, mas fui seguindo, até que tropecei, quando olhei em volta, o aparente silêncio foi substituído por um inquietação assustadora. Atrás da porta apareceu o primeiro Espectro, vou caracterizar exatamente como eles são: Um esqueleto numa enorme capa preta, como o dementador da Série Harry Potter só que com um par de chifres negros bem lapidados e olhos flamejantes.
Depois veio o segundo, o terceiro e de repente, a sala inteira estava infestada daqueles monstros, eles me davam repulsa! Então começei a atirar, a bala penetrou-lhes os corpos. A sala logo virou uma mar de pó negro.
Mas sobrou um Espectro...
Minha arma estava sem bala...
Não dava tempo de recarregar.
Corri e entrei no primeiro quarto que aparentemente estava sem Espectros, imediatamente recarreguei a arma e sem demoras matei o último Espectro, mas voltando para o quarto, examinei o lugar, era o quarto de alguém, pois apresentava todos as características de um.
De repente, o guarda-roupa tremeu, eu me intriguei, então posicionei a arma e fui para o lado esquerdo do guarda-roupa, abri a porta, de lá saiu um homem todo atado, corri para desamarrá-lo, e após o feito, tentei falar com ele, que era-me estranhamente familiar:
_ Quem é você?
_ Meu nome é Gabriel Ornè.
"Espere", pensei. Contemplei aquela pessoa, estava olhando para um homem de trinta e poucos anos, com feições leves e olhos negros. Estava vestido com um tênis vermelho, calça branca e um suéter negro.
_ Você não é "O" Gabriel Ornè, aquele famoso caçador de Espectros, é?
Ele pareceu irritar-se um pouco, mas concordou.
_ Sou sim. Qual é o seu nome?
_ Santiago Derèon, como veio parar aqui?
_ Vim resolver esse caso, mas os monstros me prenderam e simplesmente nenhum departamento Anti- Espectro se lembrou de mim.
_ Que droga! Agora voltando ao assunto, temos que arrumar um jeito de sair daqui com vida e matar os Espectros, vai me ajudar?
Ele deu um suspiro.
_ Se eu fosse um covarde, já estaria correndo para me salvar, eu não sou assim, então vou lhe ajudar e depois acertarei as contas como Vaticano.
_ Certo. Agora vamos sair desse quarto, mas vamos revistá-lo corretamente, temos que ver o que há nele.
Fuçamos o lugar, não achamos nada.
Era hora de ver a casa por completo. Gabriel saiu primeiro procurando evidências de Espectros, depois de três minutos, ele gritou:
_ Tudo limpo, pode sair!
Eu fiz, receoso, mas ele tinha verificado direito. Agora, só restava procurar alguma informação útil. Viramos os outros quartos, a cozinha e a sala de estar, só faltava o escritório.
Entrei lá de fininho, como se lá estivesse acontecendo uma reunião importante, mas como sempre, estava me precavendo.
Não havia nenhum daqueles Espectros e por isso andei mais livremente, encontrei vários recortes de jornais com artigos de pessoas desaparecidas em Spythmouth e no lugar que elas desapareceram, só havia dois globos oculares manchados de vermelho, "como eles se alimentam", Pensei, achei uma folha num envelope, quando fui abri-lo...
_ Droga!_ Urrou Gabriel lá fora.
Quando cheguei, meu queixo caiu, tudo pelo que conseguia ver ao meu redor se resumia em Espectros. Gabriel ficou paralisado.
_ Isto é uma..._ Não consegui terminar_ T- tenho uma bazuca no meu carro.
Tudo o que consegui dizer.
Fui correndo à mala do Mustang, enquanto meu parceiro atirava loucamente. Peguei uma Bazuca Vinking X-30 e entrei no carro, Gabriel foi para o Mustang logo depois. Ele entrou no banco do motorista.
_ Minhas balas não vão durar para a sempre_ Gritou ele.
Assenti.
Apoiei a bazuca na janela do carro e disparei. Bem, o disparo da Vinking é uma bola do tamanho da de basquete, que se divide em milhões de balas como a da minha COLT. Elas acertaram todos os monstros incrivelmente. Depois houve um clarão e um Espectro gigante apareceu.
O carro parou bruscamente e eu fiquei de queixo caído. Gabriel apontou sua arma para mim, obrigando-me a ficar com as mãos na cabeça. Ele sorriu.
_ Tolo_ Foi o que disse_ Acha mesmo que eu fiquei todo aquele tempo naquele maldito armário empoeirado? Não... Eu me aliei a eles, pagam melhor, apesar de nem saberem o que é dinheiro!
Rindo, ele me fez sair do carro, com a arma nas minhas costas, depois jogou-me no chão e disse:
_ Santiago... Você não vai acreditar como fiquei poderoso agora que ganhei poderes de Espectro e...
_ O que? Você consumiu a substância espiritual dele?!
_ Pois é...
_ Você me enoja!
_ Que posso fazer? Bem, continuando, esse Espectro gigante aí na sua frente, é o Imperador dessa colméia, ele é como uma Rainha_ Ele baixou a voz em tom de graça_ Mais puxando para Zangão, não é?
O Imperador começou a emitir sons tenebrosos, eu me encolhi todo e Gabriel, aquele traidor, traduziu:
_ "Sou o Imperador dessa colméia e sou muito justo, então, tem a chance de lutar comigo para salvar a cidade, até a morte, se por acaso vencer, eu e todos os Espectros aqui existentes morrerão, e o que diz?"
Fitei eles com ar de desafio até dizer:
_ Aceito.
O Espectro voltou a emitir os sons, que Gabriel traduziu:
_ "Usará só uma Espada e que vença o melhor!"
Fui a mala do carro pegar a minha espada misturada à fumaça radioativa Anti-Espectros e secretamente, duas granadas A-E, pois sabia que ele na jogaria limpo.
A luta começou com um tilintar de espadas, um queria cortar o outro, até que eu dei um mortal de 180° para trás e joguei a minha espada em linha reta, ele desviou com sua espada e emitiu mais sons estranhos que se transformaram em raios avermelhados. Num acesso de adrenalina, pulei para uma caçamba de lixo, mas o fogo ainda queimou a sola de minha bota. "Sabia", pensei, então fundi as duas granadas com uma faca secreta que guardo sempre comigo.
Apoiei-me na caçamba de lixo e com mais força saltei, com mais força ainda joguei as granadas na faca ativadas contra a cabeça dele.
Isso! Consegui! Mas... Não! Bem, a parte boa é que eu venci mas a explosão fatal dele também me atingiu, senti hematomas se formando e minhas roupas rasgando. A última coisa que lembro foi Gabriel assumindo a forma de fumaça negra e voando, em tom de fuga, depois... Escuridão!
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Passos... Rostos... Onde estou? Eu olhei ao redor, estava no hospital, meu corpo coberto de hematomas, tudo bem, eu vi Sebastian, não adianta se zangar, quando estiver melhor irei a Spythmouth, procurarei Gabriel, lerei o que seja que estiver escrito naquela folha daquela casa. Mas isso é a para outra hora, quando estiver melhor, farei tudo, agora vou descansar, para que se zangar...?
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